segunda-feira, 12 de maio de 2008

o Jogo

Lidar com as consequências das nossas escolhas, das nossas decisões pode revelar-se uma tarefa complicada.
Achamos sempre que somos muito fortes, e que venha o que vier nada nos afecta, mas não é verdade. Infelizmente não é verdade.
Apesar de sempre ter dito a mim própria que era forte o suficiente para lidar com isto, tive a prova de que não era de ferro como pensava ser. Quem me dera ser de ferro, e ter estômago para aguentar qualquer situação sem pestanejar…Mas não sou de ferro, nem tenho estômago para aguentar.
Pelo menos não quando estou sozinha. Normalmente é fácil não chorar quando estou rodeada de pessoas, simplesmente porque não posso mostrar o que me magoa tanto, mas quando estou sozinha…não sobra nada para esconder.
E ai posso chorar á vontade.
O pior é quando estamos tão mal que nem conseguimos esperar até estarmos sozinhos para poder chorar, e choramos ali, em frente de toda a gente.
Isso chateia-me tanto…Quem tomou aquela decisão fui eu, por isso, tenho que sofrer as consequências sozinha, ninguém tem nada a ver com isso, nem sequer tenho o direito de preocupar os meus amigos. Os amigos que sempre me avisaram, e a quem eu sempre dou ouvidos. Mas independentemente disso, achei que podia fazer as coisas á minha maneira.
E agora já não posso parar, não por não conseguir, mas antes por não querer.
É tão estúpido não querer, não compreendo como posso não querer parar. Devia querer parar de jogar o jogo, o jogo onde fui eu quem fez as regras.
Se calhar é por o jogo ser meu que não quero parar, porque o construí com tanto carinho…
Há tanta coisa que não compreendo…
Se fui eu quem fez as regras, como é q me magoo quando jogo? Nenhuma regra foi desrespeitada pelo adversário, por isso devia estar na maior, mas não estou. E porquê? Não sei.
Se calhar quem quebrou as regras fui eu. Se calhar cheguei perto de mais. Demasiadamente perto do limite dos sentimentos, onde a dependência se torna em algo muito mais profundo.
Que porcaria, eu conhecia o jogo melhor que ninguém, mas mesmo assim estou a perder.
Eu odeio perder.
Mas parece que neste jogo nunca posso ganhar, ou sequer ficar empatada.
Se calhar isto não devia ser um jogo. Não devia ter que lutar tanto por não transpor o limite dos sentimentos. Devia ser fácil, passar o tempo entre cada partida. Mas acima de tudo devia ser fácil, lidar com as regras que eu própria construí, e com as consequências que surgem delas.
Isto é tão injusto. Sou sempre eu quem acaba mal no meio desta história toda.
Não quero que a outra pessoa acabe mal em vez de mim, sinceramente isso não me interessa. Só queria estar bem, não me importar, como não me importava á uns meses atrás.
Estou tão zangada comigo mesma, apesar de conhecer tão bem o adversário, e de saber exactamente como é que ele age comigo, continuo a chegar perto do limite dos sentimentos. Enquanto isso acontecer, vou sempre perder o jogo, o jogo que não devia ser jogo, devia ser como um passeio numa tarde de verão. Um passeio completamente calmo, onde cada um de nós seguia o seu próprio caminho, não pensando em mais nada, nada enquanto os nossos caminhos, não se cruzassem para uns breves instantes.

4 observações sobre as parvidades que escrevo!:

Anónimo disse...

Não querer é sinal de coragem e valentia. É também sinal de que SIMPLESMENTE gostas...

Anónimo disse...

deixa lá isso, se morresses era bem pior!

Nana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nana disse...

Olha que este(a) sr(a) anónimo(a) é um(a) fofinho(a)!!!

Mesmo querido(a)...